Pular para o conteúdo principal

ENSINO HÍBRIDO E SUAS PERSPECTIVAS NO CAMPO DA EDUCAÇÃO

Fonte: https://www.b-lab.us/metodologias-ativas-e-sthem/

Durante as minhas incursões literárias nessa disciplina, muito descobri e muito observei, digamos que me tornei protagonista da possibilidade de transformar a educação clássica em algo mais informal, respeitando, claro, as histórias e os princípios educativos, mas, sobretudo, escrevendo novos capítulos para dialogar com vocês neste espaço (blog). Presumo que passei a ser observado, por mim mesmo e pelos outros com quem divido SABERES/SABORES.
                Há duas aulas atrás, conversamos sobre interação e interatividade, observando os seus contrapontos e devaneios literários. Aprendi junto com meus colegas, que conceituar um termo qualquer, nem sempre é conceituar o mundo, a exemplo de Primo e Silva, que tem uma visão diferente do que seja interação e interatividade. Confesso que li todos os blogs e respondi com muito carinho a cada um, senti falta de outros, mas dentro das possibilidades vi o esforço e expertise de cada um dos meus colegas dentro da sala de aula, nas nossas rodas de conversa, principalmente o João, que utiliza até hoje a nossa hastag: #ConvergirEmRed, no Instagram, demonstrando que é possível nos mantermos conectados, curtindo e comentando nossas fotinhos, afinal, a Cultura da Convergência é para Jenkins, também, uma forma afetiva de encurtar nossas distâncias.
                Passando o bastão para a minha meiga amiga, Vivi (tão angelical quanto parece), ingresso como escritor das experiências mediadas por ela. Para contextualizar os escritos, trago como base da postagem dois textos fortíssimos... Um dos textos é escrito por Moran (2015), que dialoga acerca da EDUCAÇÃO HÍBRIDA no contexto educacional atual e outro texto que gostei bastante, que é escrito por Valente (2014), que discursa sobre as mudanças significativas que a Blended Learning provoca no ensino superior.
                Para ambos (Moran (2015); Valente (2014)), as metodologias ativas são a condição norteadora para as novas possibilidades de acesso e promoção da colaboração em sala de aula, sendo imbricadas pelos avanços das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC), que incorporam uma nova roupagem daquilo que somos e defendemos no universo EDUCAÇÃO. Lendo os dois autores, vejo que o CONHECIMENTO é a principal ferramenta de atuação colaborativa, porque quanto mais conhecemos, significa que mais acesso aos saberes foi permitido a nós, possibilitando o nosso protagonismo direto nas fontes e dados informativos.
                Para entender melhor o que chamo de conhecimento colaborativo, vejamos esse relato:
“Eu, Júlio, sempre acostumado a levar matéria para estudar em casa após a aula, nunca havia experienciado o trabalho com casos, antes da aula ser ministrada - aqui já se percebe um pontinho de diferença -, mas, no início desse semestre letivo (2019.2), eu e meus colegas, fomos chamados para resolver casos fictícios ou “reais”, na disciplina do Prof. Fernando, na qual discutimos em grupo as possíveis resoluções do caso, tendo que entregar algumas perguntas-chave que conceituam esse caso. Em seguida, o professor mediador (cada semana um de nós media a discussão) nos indica as leituras básicas sobre a temática e na semana seguinte discutimos os conceitos extraídos na discussão dos casos, tendo o professor mediador a última tarefa de propor uma atividade colaborativa que integre os conceitos discutidos”.
Veja o quando pode ser rica, significativa e colaborativa a aprendizagem dos estudantes, nós participamos da aula, não somos a plateia, somos protagonistas da ação e da resolução. Tudo é um esforço colaborativo, configurado no perfil de cada estudante (o que cada um conhece sobre o tema)... Sobre isso, quero dividir uma pedacinho do texto do Moran (2015) que me chamou bastante atenção:
“A aprendizagem se constrói em um processo equilibrado entre elaboração coletiva – por meio de múltiplas formas de colaboração em diversos grupos – e a personalizada – em cada um percorre roteiros diferenciadores (P. 33-in Kindle)”.
Valente (2014, p. 81), também traz contribuições importantes, ele dialoga a respeito das possibilidades de uma aprendizagem ativa, que por ele é interpretada como dialógica e libertadora (parafraseando Freire), possibilitando ao estudante assumir uma postura mais participativa, na qual ele desenvolve projetos, resolve problemas e constrói novos conhecimentos, que para ele são significativos.

Finalizando...

Ontem eu assistir a um remake da história da Cinderela, num contexto mais natalino (disponível na Netflix), percebi, de uma vez por todas, que a Cinderela é uma mulher que toma posições necessárias para continuar sonhando e enfrenta com muita inteligência as perversidades da madrasta e meias-irmãs malvadas, a ponto de enganá-las e ter um final feliz. Mas se convertermos essa história as nossas caminhadas na vida real, veremos que já nos livramos de muitas madrastas (professores arcaicos) e várias meias-irmãs malvadas (colegas de grupo preguiçosos), porque entendemos que a transformação é o que está dentro de nós, aquilo que nos possibilita criar estratégias de aprendizagem mais significativas.
Nesse sentido, acredito que a nossa formação condiciona saberes, mas as formas de acessar esses saberes depende da nossa motivação, que nem sempre vem do professor bondoso, as vezes vem de quem nem imaginamos e em situações opostas ao cenário da dúvida. Já que nos lançamos nessa aventura da docência, porque repetimos as mesmas coisas chatas, dos professores chatos que passaram por nossa formação¿ Creio que pensar em metodologias ativas, seja isso – transformar-se internamente, para transformar sua docência e assim ajudar a melhorar o mundo, nem que seja só um pouquinho.

Quero ouvir/ler o que você pensa, deixa um comentário e vamos conversando.

Abraços!
___________________________________________

REFERÊNCIAS

[E- book] MORAN, José. Educação híbrida: um conceito-chave para a educação, hoje. In.: BACICH, L.; NETO, A. T.; TRIVISANI, F. M. Ensino híbrido: personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015.

[Artigo] VALENTE, José Armando. Blended learning e as mudanças no ensino superior: a proposta da sala de aula invertida. Educar em Revista, Curitiba, Brasil, Edição Especial n. 4/2014, p. 79-97.  Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/er/nspe4/0101-4358-er-esp-04-00079.pdf> Acesso em: 03 de dez. 2019.


Comentários

  1. Júlio que lindo, parabéns pela escrita.
    Percebo o quanto suas leituras sobre o texto contribuíram para você associar com as práticas e vivências, é justamente esse olhar que precisamos ter para desenvolver o Ensino Híbrido como uma metodologia exequível, por mais que tenhamos tantas realidades que nos afastem de um contato maior com o ensino online, mas o importante é ler as entrelinhas, perceber o que podemos usar ao nosso favor para continuarmos esse processo de formação como aluno e também como professores.
    Obrigada por compartilhar suas leituras, pensamentos e pelos bons momentos vividos.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Laboratórios virtuais de aprendizagem e suas implicações na prática experimental

Oi gente, tudo bem por aqui? Essa semana vamos descobrir o que são e para que servem os Laboratórios Virtuais de Aprendizagem (LVA), como perspectiva para a aprendizagem formal. Nesse sentindo, conduzi a pesquisa em: Amaral et al (2011), que classifica a interatividade presente nos LVA, a partir da sua utilização prática; Pinheiro et al (2015), que dialoga a respeito dos software de simulação; Pimentel (2010), que apresenta os desafios da tutoria via interação on-line; Silva e Mercado (2019) que detalham um experimento com objetos de aprendizagem em experimentação em física. Inicialmente, gostaria de dizer que a Emanuelly é o presentinho da vez, pois na semana passada ela nos apresentou o caso da professora Clara, que durante a sua formação em Física, participou de várias intervenções pedagógicas durante o Estágio Supervisionado, utilizando o software de simulação Phet, para substituir atividades experimentais presenciais. Quando Clara passa a atuar como docente, tenta imple...

DIÁLOGOS PERTINENTES ACERCA DOS OBJETOS VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM E DOS RECURSOS EDUCACIONAIS ABERTOS

  Oi gente, tudo bem? A tarefa de hoje remete a minha iniciação científica e história acadêmica na UFAL, REA foi a temática que eu abracei na iniciação científica e que escolhi estudar no meu TCC, apresentado em agosto de 2018 e publicado pela REDOC em 2019 ( https://doi.org/10.12957/redoc.2018.37803 ). Talvez essa também tenha sido a trajetória de Maria, do caso apresentado pelos colegas Roberto e Davi Gregório (os meninos), pois a mesma discursa com muito afinco sobre as possibilidades de uso e aprendizagem com recursos educacionais abertos (REA) e em objetos virtuais de aprendizagem (OVA), tanto que fica transparente a sua construção pessoal como pesquisadora na área. Assim como Maria, eu também me preocupo com as condições dos materiais didáticos dispostos na educação, porque nem sempre eles atendem a realidade dos sujeitos aprendizes, pois veja: um guia didático produzido numa aldeia indígena por Índios é diferente de um artigo produzido por antropólogos para a div...

ESPAÇOS HÍBRIDOS, MODAIS, PERVASIVOS E UBÍQUOS: perspectivas do tempo-espaço escolar

Fonte:  https://www.stitcher.com/podcast/anchor-podcasts/sala-de-aula-invertida Na esperança de que a rodada seja decidida aos 45 do segundo tempo, saúdo a todos com um leve bom dia! Desculpe-me a demora em postar novos dados, acontece que eu resolvi seguir o conselho de Sara e Ísis e descansar algumas horinhas para acompanhar as coisas no segundo tempo. Vale ressaltar que nem só de likes vive uma pessoa, antes alguns transtornos pessoais precisam ser resolvidos... É época da dissertação, da inserção do projeto na Plataforma Brasil e uma série de outras coisas que vão linkando a nossa vida pessoal a nossa vida acadêmica, nos obrigando a fazer escolhas.             Saindo do escanteio, hoje vamos dialogar sobre ESPAÇOS HÍBRIDOS, MULTIMODAIS, PERVASIVOS E UBÍQUOS e eu gostaria de começar com um breve relato a partir do áudio que recebi de Ísis, que me ajudou a filtrar esses conceitos e a dinamizar as minhas leituras. ...