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DIÁLOGOS PERTINENTES ACERCA DOS OBJETOS VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM E DOS RECURSOS EDUCACIONAIS ABERTOS


 Oi gente, tudo bem?

A tarefa de hoje remete a minha iniciação científica e história acadêmica na UFAL, REA foi a temática que eu abracei na iniciação científica e que escolhi estudar no meu TCC, apresentado em agosto de 2018 e publicado pela REDOC em 2019 (https://doi.org/10.12957/redoc.2018.37803).

Talvez essa também tenha sido a trajetória de Maria, do caso apresentado pelos colegas Roberto e Davi Gregório (os meninos), pois a mesma discursa com muito afinco sobre as possibilidades de uso e aprendizagem com recursos educacionais abertos (REA) e em objetos virtuais de aprendizagem (OVA), tanto que fica transparente a sua construção pessoal como pesquisadora na área.

Assim como Maria, eu também me preocupo com as condições dos materiais didáticos dispostos na educação, porque nem sempre eles atendem a realidade dos sujeitos aprendizes, pois veja: um guia didático produzido numa aldeia indígena por Índios é diferente de um artigo produzido por antropólogos para a divulgação científica. Perceba que para ambos utilizamos linguagens diferentes, embora, talvez, o objetivo seja o mesmo: reafirmar e preservar a cultura indígena.

Outra preocupação de Maria, talvez esteja relacionada com a disposição dos materiais em rede e a circulação de dados construídos coletivamente, de forma que possibilite a flexibilização do acesso e o consumo do conhecimento na sua mais ampla abertura.

...

            Para fundamentar a minha participação com vocês, utilizarei alguns textos base, indicados pelos meninos, intercambiando com os meus conhecimentos para a área de estudo. Mas, antes, é primordial, que você, leitor, perceba a diferença entre os dois conceitos para depois inter-relacioná-los à prática do currículo institucional, certo?

              Segundo Júnior e Barros (2005, p. 2), os OVA se configuram como ambiências virtuais de interfaces programas que formam um construto de informações essenciais no processo de ensino e aprendizagem, são possibilitados pelas tecnologias inteligentes, pois, condicionam a informação junto a mecanismos padrões da semântica que permite o sujeito acessar e utilizar sem necessitar de um guia ou manual explicativo, a exemplo do nosso blog, que possui ferramentas de acesso legíveis e interface dupla: uma para quem gera conteúdo e outra para quem acessa.

            Já a definição de REA, apresentada no guia de Butcher (2011), direciona o padrão de significado que é utilizado por maioria dos pesquisadores da área: REA é qualquer material aberto, de cunho pedagógico, que designe à aprendizagem de educadores e estudantes, sem a necessidade de pagar direitos autorais ou taxas de licenças, pois é produzido em colaboração e licenciado para repositórios livres.

            Apesar de encontrar algumas fragilidades no Guia de Butcher, acredito que o autor tem uma escrita pertinente, pois valida a usabilidade dos REA, inicialmente, nos currículos institucionais, que em termos estruturais seria a “planta da casa”, mas discordo em não relacionar a construção de REA a aprendizagem on-line e e-learnimg, pois a condução e efetivação dos REA se dá nesses moldes, uma vez que a tecnologia permite a redistribuição dos REA por meio de dados conectados, além de promover o progresso da Ciência e a abertura de dados para que aprendizagem possa ser adquirida em outros espaços, distantes da sua origem.

            Para Pinto et al (2019),  REA não é somente a amplificação dos dados de um determinado objeto, mas a condição que esse objeto tem de se amplificar, pois os REA também apresentam padrões e cuidados essenciais para a manutenção e remixagem do material, mantendo o seu foco de origem, mas se convertendo em outros materiais também informacionais, o podcast por exemplo: pode auxiliar pessoas analfabetas a obter notícias fora do horário padrão do jornal local e nacional.

            Mercado et al (2008, p. 112), acabam filtrando as condicionantes dos REA, quando referenciam Wiley apud Beck (2001), afirmando que os OVA consistem em recursos digitais que possam ser utilizados e modificados para dar suporte ao ensino, sobretudo porque

 A principal idéia dos objetos de aprendizagem é quebrar o conteúdo educacional em pequenos pedaços que possam ser reutilizados em diferentes ambientes de aprendizagem, em um espírito de programação orientada a objetos, qualquer entidade, digital ou não, que possa ser usada, reusada e referenciada durante o uso de tecnologias que suportem ensino (MERCADO et al, 2008).



            Nesse movimento, podemos dizer que REA e OVA são zonas correlatas, pois o principal objetivo dessas áreas é facilitar o conhecimento e a colaboração do mesmo, para que chegue a outros espaços que também necessitam de aprendizagem.

            Com isso, espero ter conseguido ajudar Maria a resolver o seu problema e a acalmar o seu coraçãozinho, continue incorporando, ainda que minimamente, os REA e os OVA em sua sala de aula. Uma sugestão que eu dou é construir junto com os estudantes um padrão de usabilidade dos REA em OVA, pode usar o Blog ou até mesmo o Youtube para tal feito, pois esses são objetos licenciados. Agora, se objetivo for incluir REA no currículo escolar/institucional, produza infográficos no Canva, informando os outros professores sobre o que é REA? Para que serve? Aonde aplicar? E, como divulgar?



Espero ter ajudado a você e à Maria!



Abraços!

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REFERÊNCIAS



 [Artigo] BARROS, Daniela Melaré Vieira; JUNIOR, Wagner Antonio. Objetos de aprendizagem virtuais: material didático para a educação básica. RELATEC: Revista Latinoamericana de Tecnología Educativa, v. 4, n. 2, p. 73-84, 2005. Disponível em: < https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=2041595>. Acesso em: 19 fev. 2020.

[Artigo] BUTCHER, Neil. Um Guia Básico sobre Recursos Educacionais Abertos (REA). Tradução da UNESCO. Paris, UNESCO, COL. v. 14, n. 02, p. 2016, 2011. Disponível em: <http://www. unesco. org/new/fileadmin/MULTIMEDIA/HQ/CI/CI/pdf/publications/basic_guide_oer_ pt. pdf>. Acesso em: 18 fev. 2020

[Artigo] MERCADO, L. P. L.; SILVA, A. M.; ROCHA, G.M.; Utilização didática de objetos digitais de aprendizagem na educação on-line. EccoS Revista Científica, vol. 10, núm. 1, janeiro-junho, 2008, pp. 105-123 Universidade Nove de Julho São Paulo, Brasil. Disponivel em: <https://periodicos.uninove.br/index.php?journal=eccos&page=article&op=view&path%5B%5D=1055>. Acesso em: 19 fev. 2020.

[Artigo] PINTO, A. C. ; SILVA, J. C. C; MERCADO, L. P. Diálogos pertinentes acerca da utilização de recursos educacionais abertos para a educação. Revista Docência e Cibercultura, v. 2, n. 3, p. 54-81, 2018. Disponível em: < https://doi.org/10.12957/redoc.2018.37803>. Acesso em: 20 de fev. 2020.

Comentários

  1. Olá Julio, tive tempo agora de parar para ler as postagens. Amei de cara a imagem que você trouxe para nós, que gostamos seu blog, imagem essa que com uma interpretação boa a cerca do tema proposto por mim e Davi e também com a sua contribuição, resolve não só o problema de Maria e sim o de muito. O que nós alarga a fim de compreender que as realidades vão aparecer em nossas aulas de diferentes modos e cabe a nós sabermos onde encontrar a melhor aplicação de materiais disponíveis na rede e saber utilizar, modificando ou adaptando para usar e em seguida não esquecer de compartilhar pra outros. Obg pela contribuição!

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